Tenho escrito pouco, muito pouco. Não sinto vontade de escrever quando a depressão está judiando de mim, como tem acontecido no último mês. Por isso, fiquei devendo um bilhete à minha cunhada Renata. Está na minha cabeça há quase um mês, já que o aniversário dela foi no dia 19.4. Hoje vou pagar minha dívida.
Vou pagar a do bilhete, porque tenho muitas outras com ela. Por essas, vou agradecer.
Muito obrigada, Renata, pela sua empatia comigo. Você é das poucas pessoas que escuta com atenção quando abro meu coração e falo sobre minhas dores. Nunca, em todos esses anos, você me disse o que eu deveria fazer para melhorar. Você sabe que eu sei o que tenho que fazer, e que não tenho forças para agir. Você sofre comigo, entende minha dificuldade e tem sempre um gesto de carinho.
Muito obrigada pelas vezes em que você me leva para sua casa para eu me distrair. Inesquecível foi o dia em que você foi lá no Guará me buscar, passamos no mercado, você comprou umas coisas para fazermos nosso almoço. Fomos para sua casa e ficamos na cozinha o dia todo, comendo, saboreando um espumante, rindo, espairecendo. Um dia inesquecível. E ainda por cima assumiu minha tarefa de fazer o tender para a Ceia de Natal. E você não estava bem de saúde.
Sou grata pela família que você trouxe para nós. Não me refiro apenas às minhas afilhadas, estou falando de seus pais, seus irmãos, cunhados, sobrinhos. Também suas tias, tios e primos que sempre demonstram um carinho enorme por mim. Um dos melhores finais de tarde que já tive foi aí, na sua varanda, quando Rafa e Adriana estavam aqui. Um frio congelante. Seu pai se enrolou na rede e ficou fazendo as piadas dele, só com o rosto de fora, sempre implicando comigo e me fazendo rir. Henrique buscou 1.357 edredons e todos nos enrolamos. Ali ficamos, conversando, rindo e apreciando o sol se pôr, com o Breno correndo e aprontando no meio do grupo. Guardo esse dia no meu coração com muito carinho. Muito obrigada.
Agradeço por você ter assumido a Ceia de Natal, criado uma nova tradição em lugar da anterior, que seria muito triste manter sem o papai.
Muito obrigada por sempre se oferecer para me ajudar. O ponto máximo foi o dia em que papai foi internado para a penúltima cirurgia. Você viu que eu desabei. Não tinha a menor condição de acompanhar a internação. E me disse:
– Vai para casa, toma um remédio forte para dormir. Eu vou fazer tudo que você faria.
E assim foi. Acompanhou tudo, como eu faria.
Muito obrigada por ter obrigado o homem a rearrumar as flores. Não vou explicar, você sabe o que quero dizer. Muito obrigada por tudo que você fez naquele dia, desde nos consolar até organizar o programa do culto.
Muito obrigada por nossas risadas, pelas coisas divertidas que falamos, que não podem ser publicadas aos quatro ventos. Muito obrigada por fazer meu irmão feliz.
Enfim, meu bilhetinho é para agradecer a você por ser você, por se doar por mim, por dedicar tempo e amor a cuidar de mim e dos meus amados.
Que nosso Deus de amor te recompense por cada ato de bondade, por cada atitude de apoio, por cada momento de diversão e alívio.
Beijos.