Aprendi a ler bem cedo, antes de ir para a escola. Minha avó Evangelina me ensinou, usando a Cartilha Sodré. Apaixonei-me imediatamente pelos livros. O primeiro amor, Monteiro Lobato. Só não li O Poço do Visconde. Não sei o motivo, mas nunca me interessou. Os outros, li e reli inúmeras vezes. Não é exagero. Reinações de Narizinho, o primeiro, contei até 12 releituras, depois parei de contar. Também faziam parte dos prediletos os que tratavam de história e geografia e, principalmente, os que tinham viagem à Grécia Antiga: O Minotauro e Os 12 Trabalhos de Hércules.
Os livros foram mudando à medida que crescia, mas nunca deixei de ser apaixonada por eles. Em praticamente qualquer situação em que você me encontrar, pode perguntar onde está, que eu vou te mostrar o livro que carreguei ao sair de casa. O advento do Kindle, da Amazon, me deixou empolgada. Agora, em vez de sair com um livro, levo logo uma biblioteca dentro da bolsa, com a vantagem adicional de poder comprar um novo a qualquer momento, em qualquer lugar do mundo, por um preço bem acessível.
Leio de tudo. Livros técnicos, romance, mistério, aventura, teologia, autoajuda. Enfim, só não aprecio terror e pornografia. Também evito obras que contenham muito sofrimento, especialmente de crianças, porque mexem demais comigo e não me fazem bem. De resto, sendo bem escrito, lá vou eu. E, além disso, não fico lendo só uma obra. São várias ao mesmo tempo, cada uma tem seu lugar.
Mas tenho, claro, minhas idiossincrasias literárias. Por exemplo: sinto antipatia por Paulo Coelho. Não pelos livros dele, que nunca li, exatamente por causa dessa antipatia. É gratuito o sentimento. Ele não me fez nada, coitado, mas acho a pessoa meio, digamos, ridícula. Então, nunca li, nem ao menos, Diário de um Mago. Mas li, com prazer, Diário de um Magro, de Mário Prata, e amei. Penso que o erre adicional no título me dá o direito de não ler o do Paulo Coelho.
Em geral, se todos estiverem falando em uma obra, eu a leio. Foi assim com Harry Potter. Li os cinco primeiros. Mas estavam se tornando muito tenebrosos para meu gosto, e parei. E os tons de cinza. Li o primeiro, e desgostei com força. Achei muito bobo. Sendo fã de Nora Roberts, que escreve romances com maestria, incluindo toques de mistério em alguns livros, sou bem exigente quanto à qualidade do enredo. Não vou perder tempo com um história cujo final a gente pode deduzir desde o primeiro capítulo. Ah, ele não tira a camisa! Ah, tem o peito todo marcado! Evidente, meu caro Watson: alguém o queimou com cigarro quando era criança. Basta ter um pouquinho de costume de ler para chegar a conclusões tão óbvias. Não vou perder meu tempo com isso.
Tenho, claro minhas obras prediletas. A Bíblia é um caso à parte, acima de todos os outros livros. É nela que baseio meus pensamentos e atitudes. Mas, falando de livros comuns, o predileto creio que seja Exodus, do Leon Uris. Obra-prima que consegue ser um romance, digamos, romantissíssimo e, ao mesmo tempo, contar a história dos judeus, percorrendo muitos séculos. Maravilhoso. A lista de preferências, porém, é grande e variada: Senhora, Little Women, O Mundo de Sofia, Decepcionado com Deus, Uma Vida de Meditação, David Copperfield, The Picwick Papers, Chasing Fire, Crônicas da Família Schönberg-Cotta, No Ar Rarefeito, O Meu Everest, Mar Aberto, O Tempo e o Vento, O Chacal, Aeroporto, Hotel, O Caso dos Dez Negrinhos, Autobiografia de Agatha Christie e de Billy Graham e muitos, muitos outros.
Para resumir: se for bem escrito, se o autor não for Paulo Coelho, se não for de terror, se não tiver criancinha sofrendo muito nem pornografia barata, então a chance de eu ler é bem grande.
Sou imensamente grata à minha vovó por ter me ensinado a ler. E à minha mãe por ter colocado em nossa casa todos os livros necessários para alimentar minha paixão.
Não sabia que você tinha blog. Gostei muito de como você se apresentou. Espero que seu círculo de leitores aumente a cada dia.
Obrigada, Márcia!