Tive certeza, desde sempre, que era Jenipabu. Não sei de onde tirei essa ideia, mas não havia dúvida. Flávia disse que sempre pensou ser Genipabu.
Bem, lá fomos nós, eu ao volante (mais uma aventura), para descobrir qual o certo. Mamãe não tinha opinião formada, e papai concorda com todas nós.
O fato é que a viagem serviu para um fim: aumentar o debate, que, no ritmo que vai, alcançará dimensões jamais imaginadas. Nunca vi isso. As placas de indicação verdes com letras brancas trazem Jenipabu. As marronzinhas, que indicam os pontos turísticos, Genipabu. Perto da praia, uma indicação da prefeitura traz o jota. Ou seja, ir a J ou G enipabu não adiantou nada para descobrirmos a grafia correta da palavra. Mas serviu para termos um dia delicioso de praia.
Tendo, até aqui, elogiado tanto Natal e a região, sinto-me obrigada a dizer que a infraestrutura deixa muito a desejar. Sabe aquele esquema de um pseudo-restaurante grudado no outro, com um monte de mesas e barracas na frente? Isso mesmo. Todo mundo amontoado. Garçons correndo de um lado para o outro. Com a mesma atenção e simpatia que já comentei, mas, ainda assim… deixa muito a desejar.
Não vimos uma lata de lixo sequer. Então, tudo que sobra acaba espalhado pela areia. E haja lata de refri, garrafa de água, sabugo de milho, e tudo mais que a gente consome na praia. Os garçons não se preocupam em recolher o que sobrou do que consumimos. Para ser justa, vi um dos chefes deles chamando a atenção para recolherem tudo, mas eles não obedeceram muito, não.
A praia de G J enipabu é deliciosa. E linda. Fiquei um tempão dentro da água conversando com o Marcos. Fura uma onda, conversa, fura outra, leva um caldo, porque não prestou atenção na onda e sim na conversa. Valeu a pena. Do lado direito da praia ficam dunas onde os pobres dos dromedários carregam turistas nas costas. Eu tenho uma pena desses bichos! Exilados de sua pátria, vivem como escravos a carregar gente de um lado para outro. Coisa mais sem graça, tanto para eles quanto para os que os “cavalgam”…
Depois de mar, sol a valer, camarão e peixe, fomos visitar as lagoas. Aqui, precário é pouco. Acessos em estradas de terra, nada de banheiros, nem de pseudo-restaurantes. Só umas mesas e cadeiras e uns caras abanando a mão para mandar a gente estacionar. Eu precisava de um banheiro. Para ontem. E tinha que entrar na lagoa. Amo mar e piscina, mas detesto lagoa e rio. E a dita é abarrotada de girinos! Oh, my! A outra opção era daqueles banheiros químicos. Preferi os girinos. E saí o mais rápido possível.
Depois de tantas aventuras bucólicas, resolvemos voltar. Cristina e Joel ainda foram com as crianças a outra lagoa, para o esquibunda, mas a população do nosso carro já estava com saudade da zona urbana. E voltamos logo. Sonhando com um MacDonald’s, afinal, já estamos comendo comida boa há tempo demais. E encontramos o dito. Nada como um bom McChicken para trazer a gente de volta à civilização.
Espero que J G enipabu receba uma injeção de profissionalismo para a gente poder se esbaldar mais naquele semi-paraíso.
Estamos aqui desde o dia 12. Sol de torrar todos os dias. Como diz a Cristina, brincando, claro, já estou irritada com esse sol de Natal (e região). Há duas noites, choveu praticamente a noite toda. Acordei às 8:30, certa de que haveria chuva e eu ficaria dormindo com o barulhinho dela na janela. Abri um pedacinho da cortina e foi como se alguém tivesse me dado um empurrão para trás. O sol brilhava tanto que ao fechar a cortina fiquei vendo tudo verde na minha frente. Tive que rir. Uma pessoa na praia querendo chuva. Isso é ou não o sonho de todos os apaixonados por sol e mar? Só não é perfeito porque meu maridinho não veio…