Viemos a Natal pela primeira vez em 2003. Eu e Sérgio. Aproveitamos bastante. Comemos bem, ficamos em bons hotéis (por ser feriado de 7 de setembro, não havia lugar em um só, e por isso ficamos uns dias em um, e fomos para outro). Gostamos bastante.
Voltamos no ano passado, e eu estou repetindo a dose, infelizmente sem ele, este ano. A diferença que a cidade fez nesse período é notável. Ontem, quando contei de minha arriscada aventura até o aeroporto, comentei sobre a sinalização, sobre as ruas bem pavimentadas.
Hoje, quero elogiar as pessoas que trabalham com os turistas. Nunca estive em um lugar em que todos fossem tão amáveis com a gente. Parece que há algum tipo de treinamento. Desde que a gente chega ao aeroporto e pega o primeiro táxi, até a hora de ir embora, a gente só se depara com pessoas agradáveis, educadas, atenciosas e dedicadas.
Mais para o sul do país, os funcionários são competentes. No entanto, me desculpem eles, mas costumam ser distantes, meio profissionais demais. No Rio… bem, sou fã de carteirinha dos cariocas, de sua sabedoria de viver bem. Já peço perdão antecipado, mas não gostei, de jeito nenhum, do modo como fui tratada na Bahia. Não sei por que as pessoas enaltecem tanto Salvador. Na minha experiência, encontrei atendimento ruim, demora, falta de profissionalismo. Sei que no Brasil chega a ser heresia não gostar da Bahia. Mas não gosto. Não tenho vontade de voltar, a não ser para os resorts. Nada do que comentei se aplica ao Club Med de Itaparica. Mas, nos resorts, estamos fora do local propriamente dito, não temos contato com as pessoas do lugar. Há todo um treinamento específico e uma postura diferente exigidos dos funcionários.
De Sergipe para cima, a coisa já é do meu agrado. Amo os nordestinos. Eles tratam os turistas com carinho. Parece que já nascem entendendo a importância do turismo como fonte de renda. Talvez o Obama tenha um assessor nordestino que ensinou isso para ele nos últimos dias…
Em Maceió, Fortaleza, Porto de Galinhas, Recife, João Pessoa, enfim, em todas as cidades que conheço do nordeste, sempre fomos super bem tratados.
Mas aqui, em Natal, eles quase que atingiram a perfeição. Os funcionários do hotel se desdobram para atender nossos pedidos. O mesmo acontece nos restaurantes. Mas preciso destacar os motoristas de táxi. Eles são o máximo. Já pegamos inúmeros, tanto no ano passado, quanto neste. Conversam, contam coisas sobre a cidade, brincam. Ontem, o motorista se chamava Josias. Tipo físico bem característico do Rio Grande do Norte: baixinho, cabeça grande. E era feio a valer (isso não é característica de todos aqui, só dele). Eu falei que ele tinha nome de rei bíblico. Ele falou que sim, e eu perguntei se era cristão. Ele disse que não, porque homem bonito que nem ele não pode ser crente, porque tem muita mulher dando em cima dele e “não presta”. Piadinha engraçada, dita com simpatia, a gente foi conversando e rindo até o restaurante.
Hoje foi o Otávio. Pedi para voltar do restaurante descendo até a beira do mar em Ponta Negra. Foi, com a maior boa vontade, conversando com o papai, que sempre vai na frente. Aliás, é o ponto alto a atenção e o cuidado que têm com o papai. Esperam com a maior paciência enquanto ele entra ou sai do carro, não demonstram qualquer irritação por ter que carregar andador ou cadeira de rodas. Muitos comentam que esperam chegar na idade do papai com a mesma disposição que ele tem.
Na frente de nosso hotel, a praia não é muito boa, como de resto, por toda a Via Costeira. Mar bravo, ondas muito altas. A gente fica nas piscinas do hotel. Mas as crianças queriam ir à praia e desci com elas. Logo chegou um rapaz que fica por lá, vendendo água de coco, água mineral, cerveja, refri, etc. Logo se apresentou: é o Railson. Perguntei se ele alugava cadeira. Disse que não, mas que a amiga dele estava em uma cadeira e ele ia me emprestar. Apesar de meus protestos, foi lá, e falou:
– Levanta daí, que vou emprestar a cadeira para aquela mulher.
A coitada levantou, sorriu para mim, abanou a mão e sentou no chão. E eu fiquei com a cadeira. Tomei duas garrafinhas de água mineral. E fiquei amiga do Railson. Vê se não é para gostar de uma gente assim!!!!
Acho que alguém chegou e falou para os habitantes de Natal:
– Vou ensinar vocês a serem os melhores acolhedores de turistas do mundo.
E eles aprenderam a lição. Pode vir aqui experimentar, aposto que você, como eu, vai amar!
Minha mãe já havia me falado da população da referida cidade.. Mas ainda não tive tal experiência pessoalmente! HahahahBj Tia Claudia!