Bat Masterson foi a primeira. Depois vieram Rin-Tin-Tin, Nacional Kid, Noviça Voadora, Jeannie é um Gênio, A Feiticeira, Terra de Gigantes, Viagem ao Fundo do Mar, Os Waltons. Mais recentemente, Friends, Brothers and Sisters, The Big Bang Theory, The Good Wife, New Adventures of Old Christine. Sim, sou fã de carteirinha das séries. SitComs. Entre as prediletas, estão as de médicos. Como diz o Sérgio, meus “mediquinhos”. Assisti todos os episódios das 15 temporadas de E.R. – mais de uma vez. Quando acabou, ainda continuei vendo e revendo as reprises (tenho a série em DVD). Depois que enjoei (ou decorei), fiquei sem médicos. Aliás, não queria mais médicos. Mas eles me chamavam. E vieram House e… Grey’s Anatomy, a predileta da atualidade.
A personagem principal, Meredith Grey, tem dificuldade para lidar com as emoções. Foi abandonada pelo pai, ainda na infância e criada apenas pela mãe, que tinha como alvo de vida apenas o sucesso profissional. A filha era um adendo incômodo. Mas Meredith tem se saído bem! Casou-se e é feliz com o médico bonitão e eles adotaram uma menininha. No episódio passado, ela coloca a garotinha para dormir, depois da festa do primeiro aniversário, se deita e pergunta ao marido:
– Como eu seria se minha mãe tivesse me criado com amor, e meu pai nunca tivesse me abandonado? Será que eu seria uma pessoa menos complicada?
Ela dorme com esse pensamento, e o episódio é todo o sonho dela, colocando como realidade todos os “se” levantados na série. Interessante é que os personagens todos eram caricatos, não se encaixavam no lugar ocupado na realidade paralela, e, inclusive a própria Meredith, era uma caricatura dela mesma. Conclusão: melhor viver sem o “se”.
Bem, tudo isso eu pensei por causa dos muitos “se” relacionados ao acidente do Sérgio. Se não tivesse um buraco bem no lugar onde ele saiu da estrada. Se ele tivesse ficado em casa. Se o negócio de acrílico que ficou no pescoço dele tivesse feito mais pressão. Se a moto tivesse caído ao contrário, e o escapamento tivesse ficado queimando o Sérgio. Se o Marcus não estivesse logo atrás e ninguém visse a queda (já que não dava para ver da estrada). Se houvesse uma hemorragia interna. Se…
Acontece que os fatos são os fatos. O que fazemos deles é que interessa. Como reagimos diante das situações, como os outros agem conosco quando as coisas desagradáveis acontecem.
Uma dúvida acompanha grande parte da humanidade: por que coisas ruins acontecem com pessoas boas? Eu tenho a resposta definitiva: Não sei! Nunca vou entender. Aceito o inevitável, faço o melhor que posso, conto com a ajuda de Deus. (E até me arrisco a perguntar por que ele não evitou o acontecido, mas ele, claro, não tem que me dar explicação nenhuma.) Não adianta desperdiçar energia discutindo com ele.
Houve um tempo em que acreditei que Deus controlava absolutamente todos acontecimentos. Não penso mais assim. Creio que ele interferiu para evitar um desastre maior com o Sérgio, porque todos que viram o acidente dizem que é inacreditável ele ter saído de lá andando. Marcus falou que um rapaz disse que o Sérgio devia acender umas velas pro santo, outro, que ele tinha que mandar rezar duas missas, pelo menos. Mas, se Deus impediu maiores “estragos”, por que, então, não impediu que ele saísse da estrada bem em cima do buraco? Repito: Não sei, e não vou discutir com Deus. Simplesmente vou cuidar do meu marido enquanto as costelas saram, e torcer para ele voltar logo a andar de moto, já que isso dá muita alegria a ele.
Eu sei que Deus nunca prometeu que nos livraria de sofrimento. Jesus falou que passaríamos por aflições. Em outro texto, a Bíblia afirma que a chuva cai sobre maus e bons. Não somos isentos de dores pelo fato de servirmos a Deus, como muitos tentam fazer as pessoas acreditarem. As lutas da vida são fato. Podemos contar com elas, com toda certeza. Tanto que a promessa é: “ao que VENCER darei a coroa da vida”. Para vencer é preciso entrar no ringue e lutar. Não há outro caminho para a vitória.
No meio de tudo isso, o carinho e cuidado da família e dos amigos foi o ponto alto. Recebemos tantos telefonemas, tantas mensagens, tanto apoio! De todos os lados! Isso não teria acontecido SE ele não fosse tão querido.
Se…
Olha bem, há alguma explicação para o acidente ter acontecido aí? Repito: se… (A moto mais próxima é a do Marcus, a distante é que é a do Sérgio.)