Dor nas costas. Pelo menos 90% da população mundial sabe a que me refiro. A que me aflige no momento tem foco na altura da escápula esquerda. Mas se espalha pelo pescoço e chega até o lado direito. Ontem ela estava animada. E eu… quase o dia todo deitada no colchão maravilhoso que faz massagem. O remédio que o médico prescreveu me deixa mole. Já não sou lá uma pessoa muito ativa, então, fico prostrada quando tomo a medicação.
Melhorei um pouco no final da tarde. Vim até o computador, dei uma olhada no Facebook, nas notícias e resolvi caminhar um pouquinho. Como já tinha anoitecido, andei dentro do condomínio. Nossa pequena rua tem uma leve inclinação. Costumamos brincar que vamos subir ou descer a serra. São quatro casas de casa lado, a minha é a segunda de baixo para cima, à esquerda de quem entra.
Saí de casa e virei, claro, para a direita. (Sempre que saio de algum lugar eu preciso seguir para a direita. Uma de minhas inúmeras manias.) Subi a “ladeira”, bem devagar. Fiz a volta no balão e… que surpresa! Dei de cara com uma linda lua cheia. O céu estava nublado, então a lua ficava meio encoberta. Desci contemplando aquela maravilha e repetindo um de meus versículos prediletos: “Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra de suas mãos”. Chegando ao portão, fiz a volta e subi vendo apenas nuvens.
Quando atingi de novo o topo de nossa serra e me virei para descer, as nuvens tinham ocultado a lua por completo. Fiquei triste. Desci esperando que ela aparecesse. Não se manifestou. As nuvens estavam mais fortes do que ela. Mas, depois de outra subida e mais uma volta, lá estava a lua, maravilhosa.
Assim continuei, subindo e descendo. Ao descer, ia contemplando o espetáculo no céu, ao subir, não sabia o que me esperaria quando virasse de frente para a lua.
Pensei que assim é nossa vida. Há momentos em que estamos subindo ladeiras, de costas para o cenário bonito. Parece que tudo está contra nós. De repente, fazemos uma pequena volta e lá está a maravilha: uma descida, com a lua cheia iluminando o caminho.
Voltei para casa um pouco melhor. A dor diminuiu. Sentei na frente do computador, liguei o Netflix e fui dar umas gargalhadas com Fran Fine (The Nanny). É, a lua cheia me fez bem.