ESSA PORQUEIRINHA VOMITOU!!!!!!!!

Sempre quis ter filhos gêmeos. Sérgio fala que omiti essa informação durante o namoro. Ainda bem, porque assim nos casamos e, depois do Sér, tivemos a Flá e a Dani.
Invariavelmente, as pessoas que ficam sabendo delas perguntam:
– Nossa, deram muito trabalho?
Claro que dois bebês dão mais trabalho do que um só. Mas também, todo mundo se mobiliza para ajudar. Quando o Serginho nasceu, ninguém apareceu na minha casa se oferecendo para cuidar dele enquanto eu descansava um pouco. Já com as duas, havia uma escala familiar para garantir que eu e Sérgio descansássemos o suficiente para enfrentar a correria de cada dia. Com isso, até saíamos à noite só com o Serginho… De certa forma, foi mais fácil.
Contratamos, também, uma pessoa para cuidar delas à noite. Assim, dormíamos o sono dos justos. Mas essa senhora abençoada precisava de uma folga por semana. Aí a gente penava!
Precisamos ficar no hospital uns dias depois que elas nasceram. Quase uma semana. Na primeira noite em casa, mamãe ficou conosco, e foi um terror. Uma das bebês mamava, daí a meia hora a outra, quando acabava com aquela a primeira já estava acordando de novo… 
Na segunda noite, dona Yolanda, a santa noturna, chegou e já foi logo dizendo:
– Precisam mamar na mesma hora. Assim que uma mamar, a gente acorda a outra.
Isso vai contra todos os meus princípios. Considero um dos maiores crimes da humanidade acordar uma pessoa. No entanto, para o bem maior… Assim foi.
Dali a uma semana, a folga da dona Yolanda. Eu e Sérgio montamos nosso esquema. Um moisés de cada lado de nossa cama, cada um cuidaria de uma das bebês. Ah, e tomariam a mamadeira ao mesmo tempo (eu não tinha leite suficiente para as duas à noite).
Na hora de irmos nos deitar, eu e ele, pais eficientíssimos, decidimos dar bastante leite para elas ficarem com as barriguinhas bem cheias e dormirem muito. Sentados na beira da cama, partimos para a ação. E comentávamos um com o outro, orgulhosos:
– A minha já tomou quase tudo!
– A minha também!
Arrotos e… bercinho.
Fui para a cozinha passar água nas mamadeiras. Ao voltar, me deparei com uma das cenas mais engraçadas que já vi. O Sérgio segurava a Daniela pela barriguinha, de bruços. Ela estava com os bracinhos e perninhas pendurados, dormindo. Toda suja de vômito. Ele olhou para mim, revoltado, e falou:
– Essa porqueirinha vomitou tudo!
Comecei a rir. Essa é minha reção em momentos complicados. Eu rio. Olhei para a Flávia, deitadinha de lado no bercinho dela, no meio de uma poça de vômito.
– A outra também!!!!!!
Aí os espertos foram trocar roupinhas, lençoizinhos, froinhas. Limpar carpete. Trocar nossas roupas, que acabaram ficando sujas também. E eu ri de chorar o tempo todo. Ri de nossa pretensão. Não tem jeito: com bebê não adianta tentar esperteza.
Depois de tudo arrumado, nos deitamos, ainda dando gargalhada. Aos poucos o cansaço venceu e íamos caindo no sono. Sono????? Como assim? As duas acordaram com fome.
Se posso arriscar um conselho para quem tem gêmeos – e até mesmo para quem tem só um recém-nascido de cada vez – é: não perca o bom humor. Ria de você mesmo. A vida é muito engraçada, se você quiser enxergar a graça.
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