NÃO-CHIQUICE

Meu post de hoje foi diferente do que costumo fazer, um pouco mais sério. No entanto, há muitos dias eu queria apresentar a prova cabal da ausência de chiqueza da nossa família, e, como só lembrei hoje, vou por assim mesmo, apesar de não combinar muito com o que escrevi antes. Ou será que combina? Sei lá. Nem importa. Vai aí a prova: nós tiramos foto dentro de avião e de metrô!!!!!!! Quer coisa mais brega?

A Débora que me perdoe por figurar nesta foto. Ela é chique. Eu que pedi para tirar.

Mais uma vez, desculpa, Débora. KKKK

Como um toque adicional, dá para notar que viajamos bem comportados, em silêncio, sem incomodar ninguém.
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O QUE É DIFÍCIL

Mais uma vez, tenho como ponto de partida postagens do Facebook. Por trabalhar sozinha aqui em meu escritório, sem colegas com quem possa trocar ideias pessoalmente, meu contato com o mundo exterior se faz basicamente através da internet. Ainda bem que ela existe. Coitados dos tradutores e escritores da era pré-net, que viviam realmente fora deste mundo. 
Minha amiga Denise abriu seu coração, contou alegrias e momentos terríveis pelos quais tem passado. Dividiu a angústia e a revolta que passam no coração dela. 
A atitude da Denise me fez pensar no motivo de escondermos tanto nossos problemas. Há algum tempo circulou pelas redes sociais algo como “ninguém é tão bonito quanto aparece no Orkut, nem tão feliz quanto figura no Facebook”. Pura verdade. 
É muito fácil divulgar situações boas, confortáveis, mas poucos usam as redes sociais com a maestria da Denise, para dizer aos amigos que está fraca, que precisa de orações, de apoio, de carinho, de compreensão. 
No meu texto de ontem, contei uma situação muito engraçada, e falei, de passagem, sobre a angústia de ficar presa em um lugar. Tenho tantos outros medos, uns bem mais sérios do que esse. No entanto, ao expor essas coisas, eu me colocaria em situação de vulnerabilidade. Deixaria de ser “prá cima”, engraçada, divertida. Mas a franqueza da Denise toca muito mais fundo o coração.
Vou seguir, um pouco o exemplo dela: estou aflita. Venho enfrentando problemas em algumas áreas da minha vida. Não tenho conseguido trabalhar direito. Em alguns dias, preciso tomar tranquilizantes. Não consigo dormir sem remédio (há muitos anos). Precisei voltar a tomar antidepressivo. Está difícil levantar de manhã. Tenho ouvido de muitas pessoas: “você precisa ser forte”. Só que não sou. Na verdade, sou muito frágil. Passo o dia esperando meu marido chegar, com esperança de que, hoje, ele chegue em casa mais animado do que ontem. (Um recadinho, amor: não precisa se preocupar, estou só expondo minhas fraquezas.) A cada dia, agradeço a Deus mais um dia em que ele permitiu que eu morasse na nossa amada casa que está penhorada por causa de dívidas contraídas por outras pessoas.
Bem, acho que deu para ter ideia. Não tenho vida perfeita. No entanto, como disse para meu filho no domingo, eu sou muito feliz. Sim, sou tão feliz quanto apareço no Facebook. Acho que até mais do que aparece lá. 
Felicidade não é ausência de problemas. Jamais viveremos sem eles. No entanto, somos capazes de fechar a porta de casa e, aqui dentro, somos felizes. Amor em abundância. Entendimento. Harmonia. A presença constante da bênção divina. 
Vovó dizia que minha casa era um ceuzinho. Ela sabia das coisas. Meu lar é, mesmo, um ceuzinho, onde esquecemos as lutas e desfrutamos de nossa profunda felicidade.