32) COORDENAÇÃO MOTORA

Pensa numa pessoa “motoramente descoordenada”. Sim, sou eu.

Lembra daquele tempo das aulas animadas de aeróbica na academia? O professor me aconselhou a desistir. Lá ia a turma pra um lado e eu pro outro. Eles pra frente, eu pra trás. Minhas palmas sempre aconteciam, não sei por que motivo misterioso, bem depois das deles.

Bom, creio que deu para ter uma noção do problema.

Quando eu trabalhava com as crianças na igreja, era uma dificuldade cantar as músicas que tinham gestos. Não consigo nem bater palma no ritmo certo, quanto mais participar de coreografias mais elaboradas. Mas as crianças gostam, então eu achei um caminho. Ensinava bem devagar e dizia que eles não podiam errar na hora de cantar depressa, porque eu não dava conta de fazer certo. Eles riam de mim e se esforçavam ao máximo para não errar. E morriam de rir das minhas atrapalhadas. Uma música, em especial, era um problema. “Deus é bom pra mim, Deus é bom pra mim! Contente estou, cantando eu vou, Deus é bom pra mim!” Além de cada palavra ter um gesto, o ritmo vai ficando mais rápido. Sempre acabava em gargalhada: as crianças “mangando” da tia Cláudia.

Por causa desse “probleminha”, eu não batia palmas nem fazia os gestos quando o dirigente do louvor pedia. E eu sento sempre bem na frente na hora do culto. Alguns dirigentes do louvor já sabem dessa minha limitação. Tem até quem olhe para mim na hora em que vai cantar uma daquelas músicas cheias de vai pra lá e volta pra cá. Mas nem todos sabem.

Certo domingo, há alguns meses, conversamos sobre isso na nossa classe na Escola Dominical. Eliana Amadinha, nossa professora, nos dá liberdade para compartilharmos à vontade durante a aula, de modo que surgem temas bem variados. Estávamos estudando Adoração durante o culto. Fazem parte da turma vários dirigentes de louvor, e eles comentaram como o fato de as pessoas não participarem fisicamente às vezes os deixa desanimados, afeta a relação deles com a mensagem a ser transmitida pela música.

Todos eles disseram que entendem os motivos de algumas pessoas não gostarem de gestos e palmas, mas que, assim mesmo, é muito melhor quando a gente pelo menos se esforça. Pensei: “Da próxima vez vou tentar, nem que seja para fazer papel de boba, se isso ajuda a eles”.

Nem imaginava que seria naquele dia exato!

As crianças foram convidadas a ir até o altar, para cantar com a congregação as músicas da EBF. Bia foi com elas. Falou que estava sem jeito, que só com crianças era fácil pular, girar, dançar e fazer todas aquelas coisas, mas que, na frente da igreja toda, era meio constrangedor.

Poimmmmm! Claro que soube na hora o que tinha que fazer. E a cada música a coisa ia ficando mais complicada. Abaixa, levanta, para a direita, gira, pula, braço pra cima, braço pra direita, palmas ritmadas.

A cada complicação maior, eu olhava para a Cristina e nós duas caíamos na gargalhada. Mas garanto que fiz o melhor possível, na esperança de não deixar a Bia desanimada, nem um pouquinho que fosse.

Quem disse que a gente para de aprender? Sempre há coisas novas a realizar…

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