Costumo escrever coisas bem-humoradas. Gosto de rir, de lembrar fatos engraçados. Talvez isso dê a impressão de que eu sou uma pessoa totalmente “zen”, livre de momentos de profunda irritação.
Nada disso. Demoro a me irritar, mas quando acontece, a coisa é séria. Nem eu me aguento. Fico irritada por estar irritada.
Aconteceu ontem. Vou contar o segredo para uma pessoa me tirar do sério: basta me acordar. Sou notívaga. Durmo muito tarde, nunca antes das 2 da madrugada, e muitas vezes só depois das 3. Então, às 8:30, quando a maioria da população já fez umas 10 tarefas, estou dormindo. Ganhei fama de dorminhoca por causa disso, mas poucas vezes durmo mais do que 7 horas em uma noite. E, para me deixar furiosa, basta me acordar.
Outra coisa que me tira do sério é telemarketing. Já não sou lá muito amiga de telefone, e atender e ouvir aquela voz mecânica:
– Boa tarde, senhora, com quem eu falo?
Em primeiro lugar, não digo, nem morta, o meu nome. Pode insistir, gritar, implorar, mas não digo. E também já vou logo informando:
– Estou ocupada, não posso falar agora e, por favor, anote no meu nome para não me ligarem mais.
Tendo em mente essas duas informações, passemos à profunda irritação que me dominou ontem. Eram 7:44. Sei porque dei um pulo na cama e vi os números no relógio assim que o telefone tocou. Levo sempre um susto se o telefone toca antes das 8, porque todos mundo que costuma ligar para mim sabe que estou dormindo a essa hora. E lembro imediatamente de dois telefonemas terríveis que recebi, ambos antes das 8. E Henrique ainda estava no hospital… Bem, assustei MUITO. Atendi e… era telemarketing. Como diz meu amigo Sheldon Cooper:
– Oh, the HORROR!
Fui tremendamente mal educada com a moça, e por fim ela me falou que estava fazendo apenas o trabalho dela. E eu repliquei que não tinha como falar com a chefe, e, portanto, ela tinha que ouvir minha raiva toda. Perguntei se a conversa estava sendo gravada, ela disse que sim, e eu falei que achava ótimo, porque assim ficava registrada minha indignação com o telefonema àquela hora. Ela me disse que a central dela funcionava das 7 da manhã até as 8 da noite e eu:
– E por que cargas d’água você foi ter a ideia maravilhosa de me ligar agora?
Bati o telefone com raiva, o coração ainda disparado com o susto. Deitei para tentar dormir. Dani tinha entrado no meu banheiro antes de sair, e não fechou bem a porta da salinha que fica antes do meu quarto. Resultado: Charlie e Lola entraram, ela foi para o banheiro e não conseguia sair, ficava batendo na porta, e ele se rolando pelo tapete e se coçando. Levantei que nem um míssil. Estava tão brava que os dois nem fizeram festa para mim. Expulsei-os, bati a porta com a maior força que pude, dei uns gritos e… claro, não dormi de novo. Dia estragado. Passei mal o dia todo. Além da irritação, não tinha dormido nem 5 horas, e a raiva não me deixava dormir de novo. Só fui melhorar no fim da tarde, quando consegui tirar uma soneca.
Pronto, confessei. Matheus, agora você sabe que tenho meus “momentos”. E o que faço é ir para o cantinho e esperar passar… sempre passa. E rápido. Pensando bem, até dá para rir da minha irritação de ontem.
Claudia,Eu ri desse texto também!!! Não consigo te imaginar irritada!!Mas Deus tem trabalhado esse gene irritadiço em mim…Depois escreverei sobre isso versando o episódio de sexta-feira…
Matheus, só de simplificar a linguagem o stress já vai cair um bocado…rsrsrsrs
Precisei do dicionário para entender o comentário do Matheus, mas espero que isso não o deixe irritado. hehe
Não turbe vosso coração quanto a isso, Cláudia…Ou melhor,Leva na boa, não to mais nessa "vibe" de stress, o que você escreveu me ajudou muito… Hoje mesmo comecei a querer ficar irritado e fiquei no meu canto, quieto, calado e LONGE DO FACEBOOK… Hahahaha