A dúvida eterna, sobre o tempo que as calorias levam da boca aos quadris permanece firme. Se é que dúvida pode ser firme. Enfim…
Enquanto isso, adquiri várias certezas depois de ter engordado. Uma delas é que a gordura tem capacidade quase ilimitada de se esconder nos lugares mais improváveis. Por exemplo, ninguém fala pra gente que, quando as nádegas engordam, ficam muito mais juntas uma da outra, o que, todos podem imaginar, causa inúmeros desconfortos. A gente só pensa na parte visível que cresce. Bem, evitarei o desconforto de escrever mais sobre isso. A gordura também gosta da parte interna das coxas, que começam a raspar uma na outra incessantemente, com intensidade maior, parece, no verão. Calças e shorts ficam puídos…
Eu não posso usar desodorante. Tenho alergia. Já sei, lá vêm as sugestões: minâncora, leite de rosas, um novo tipo hipoalergênico. Vou poupar o trabalho – já experimentei de tudo. Basta usar o mesmo produto na axila uma semana e começa uma coceira insuportável. Descobri meu esquema (repito: tenho esquema para quase tudo na vida, e, onde não tenho, estou elaborando), que é tomar muitos banhos, manter sempre a região bem depilada e, eventualmente, usar perfume como desodorante. Isso funciona há muito tempo. Quando, porém, a gordura resolveu se alojar na região, o braço ficou muito mais junto do corpo, então, com a ausência de ventilação, o problema do, digamos, cecê, ficou mais sério. Ninguém nunca pensa nisso quando fala em excesso de peso…
E os pés e joelhos? Os coitados passaram a carregar de um lado para o outro, o tempo todo, cinco sacos de arroz! Doíam, reclamavam. Claro, não estavam acostumados com aquilo. Só vendo a alegria deles nos últimos tempos. Chegam a saltitar de alívio, e olha que estamos só no começo!
As duas maiores surpresas terríveis que enfrentei foram especiais.
Não sou muito de usar colares. Quando estava em depressão, então, mal me vestia, quanto mais pensar em colar. Engraçado é que sou super-vaidosa, não saio sem brincos e anéis, mas os colares não são minha praia. Mas gosto de ter o pescoço enfeitadinho, de modo que ponho um cordão de ouro, fininho, e fico com ele durante muito tempo. Bem, durante o período tenebroso, tirei o cordãozinho por algum motivo. Claro que não pus de volta. Um dia, já com o máximo de cobertura, digamos assim, que adquiri, resolvi pôr um cordão. Escolhi um bem lindo e… ele estava apertado no pescoço.
– Uai, esse cordão não era tão apertado, eu acho. Deixa pôr outro… ué, apertado também. Não estou entendendo.
Levei algum tempo para aceitar que MEU PESCOÇO TINHA ENGORDADO!!!!!! Gente, nem imaginava que isso era possível! Que tragédia! Até o pescoço…
Algum tempo depois, resolvi usar um relógio esquecido havia muito… o fim da história é previsível: descobri que pulso engorda também! Isso é deprimente demais. Pulso e pescoço.
A gordura tem essa capacidade de se esconder, e a gente encontra nos momentos mais inoportunos. Mas ela não é onipotente. E digo, com o maior prazer que tanto o cordão quanto o relógio já voltaram ao tamanho normal. Posso usá-los na hora em que bem entender…
Hahaha adorei esse! To aqui morrendo de rir! Ótimo que os acessórios resolveram voltar ao seu tamanho normal rsss, que rebeldes hein!! Bjos
Dani, obrigada pelos comentários!!!!! Você me dá força. Beijo.