MY FAVORITE THINGS – PRESENTE

Ganho muitos presentes! Uma vez, viajei e quando voltei Sérgio me deu um carro. Em outra viagem, uma cristaleira para abrigar minha coleção de porquinhos. Amei os dois, claro.
Nas datas especiais, claro, ganho muitas coisas lindas. Não só do Sérgio. Meus filhos, pais, irmãos, amigos, todo mundo gosta de presentear.
Tenho opiniões bem pessoais sobre presentes. A pessoa resolve me dar alguma coisa. Já é uma grande coisa. Depois, vai a algum lugar, escolhe, compra, embrulha e me entrega. Não me importo se ali dentro está um sabonete barato. O fato de ter recebido aquilo já me alegra. Além disso, evito ao máximo trocar o que a pessoa escolheu para mim. Ela achou que o que preparou era do meu agrado. Tentou me agradar. E, até o máximo que eu puder, ela vai me agradar, sim.
Posso receber um presente bem baratinho e ficar superfeliz, e com outro, mais caro, não me alegrar tanto: é quando parece que a pessoa pegou qualquer coisa, só para se livrar da tarefa.
Ah, e fico feliz quando recebo uma coisa com a minha cara. No último Natal, foi a Cristina, que me deu um pijama com uma frase na frente: I s2 MY BED. Essa sou eu! Só de digitar isso já fico com vontade de me deitar e dormir um pouquinho. Em alguma loja desta cidade, ela passou pelo pijama e lembrou de mim.
Outra vez foi a Clarice. Com uma excursão em Orlando, cheia de adolescentes para vigiar, ela entrou no meu quarto e sentou na minha cama com um saquinho de mix de castanhas com frutas secas. Comprou porque sabia que eu gosto. Lembrou de mim, apesar de toda a galera sob a responsabilidade dela.
Bem, mas o meu presente predileto foi o Sérgio que me deu. Quando eu comecei a traduzir profissionamente, meu ambiente de trabalho era um canto da sala que fica antes do nosso quarto. Era só a mesinha do computador e um dicionário. Ele não estava satisfeito. Eu ficava no meio de todo o movimento da casa (não que isso atrapalhe muito minha concentração), não tinha lugar para colocar todos os dicionários e o resto de material de consulta de que necessitava. E nós tínhamos um quarto que dá para a piscina, isolado da casa, que era onde ficavam os brinquedos dos meninos. Mas a galera já tinha crescido. Sérgio resolveu transformar em escritório. Mandou fazer armário grande para os livros, bancada em L, com gavetas bem grandes, lugar suficiente para tudo. O marceneiro instalou, e ele me chamou para irmos à Tend Tudo comprar o material de escritório. Assim fizemos. Escolhi um quadro de avisos de cortiça, mas a loja não tinha aqueles alfinetinhos. Arrumamos tudo no escritório, ficou lindo! Gostoso de trabalhar nele. Já vivi infinitos momentos muito gostosos aqui.
Bem, mas não tinha como usar o quadro de avisos. Ficou lá, à espera de, um dia, eu me lembrar de comprar os benditos alfinetes.
Certa tarde, Sérgio chegou em casa, abriu a pasta e falou:
– Comprei um presente para você.
De dentro da pasta, tirou uma caixinha com alfinetes amarelos (minha cor predileta).
– Fui à ABC fazer compras para o escritório do posto, vi isso e lembrei de você.
Simples assim. No meio do dia ocupado, cheio de preocupações, ele passou em uma prateleira, viu alfinete e lembrou de mim. Sem preço. Com certeza, o melhor presente que já ganhei.

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