SOBRINHAS – MANDY

 
Mandy é minha sobrinha que tem mais horas de vôo aqui em casa, a casa da “Ta Calaudia”, como ela dizia quando era pequena.
O negócio foi o seguinte. Quando ela era bem pequena ainda, fazia natação. A mãe dela começou a trabalhar em tempo integral, e coube a mim a maravilhosa tarefa de levar aquela bebezinha linda para nadar. Depois, eu deveria deixar na casa dela, mas… ela muitas vezes acabava era ficando a tarde toda comigo.
Depois, surgiu um problema: ela foi para a escolinha e simplesmente odiava. Prometi a ela que NUNCA a levaria para a escola. Aí, depois da natação, tchan, tchan, tchan, than, casa da Ta Calaudia.
Eu podia fazer isso, porque nunca existiu uma criança tão fácil da gente cuidar quanto a Mandy. Eu dava a ela algum brinquedinho, ou então papel e lápis de cor, e ela ficava brincando perto de mim, enquanto eu trabalhava no escritório. Que, aliás, ela misturou com orquidário e passou a se chamar “orquitório”.
Falei e repito, nunca houve criança tão fácil de se cuidar. Sempre alegre, se interessava por tudo, tinha pavor de desobedecer. Não mexia em nada. Uma vez uma conhecida perguntou se ela apanhava muito para não mexer em nada. Fiquei ofendida. Será que a mulher pensava que a gente era capaz de espancar a menina? Eu, hein!
Mandy cresceu. Pena, não pode mais ficar tanto tempo comigo. Virou uma adolescente muito engraçada, apaixonada por música. Eu e tia Cristina dizemos que ela conhece todas as músicas do mundo. Tem talento para tirar fotos. É criativa, encontra ângulos interessantes.
O coração da Mandy é do tamanho do mundo. Tem lugar para quem quiser entrar. Mas ela tem duas paixões: Alice, sua irmãzinha, e Davi, o irmãozinho. Ela se derrete toda quando fala neles. 
Em julho, passamos duas semanas viajando pela Califórnia. Amanda inventou uma história que se continua a se desdobrar até hoje: os japoneses vão dominar o mundo. É inacreditável o número de turistas japoneses que vemos na Califórnia, e ela foi criando toda uma trama. A cada hora inventava novo desdobramento. Para resumir, os japoneses sequestram as outras pessoas e as transformam em japonesas, como acontece na série de televisão V. O maior perigo vem das japonesas idosas. São ninjas disfarçados.
Por esse pouquinho dá para imaginar (ou melhor, não dá, não) o tanto de coisas que ela inventou em duas semanas… Com as primas Zu e Zi, e a Carlinha, prima por parte de pai, Mandy forma um Quarteto Fantástico.
Acho que um dia vou escrever um livro com essas quatro personagens principais. Faria muito sucesso, e eu nem precisaria inventar muito. Elas inventam pra mim…
Sinto muito saudade do tempo em que levava minha sobrinha para a natação e depois a trazia para minha casa. Mas já aprendi que sentir saudade é muito melhor do que não ter motivos para sentir saudade… Então, viva a saudade!
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