MULHERES!

Nós, mulheres, somos engraçadíssimas.
Uma das características que mais me intriga é nossa relação com a cirurgia plástica. Temos medo. Queremos. Somos fascinadas. Nos empolgamos.
Em um grupo de amigas, basta uma dizer:
– Joaninha vai fazer plástica.
Todas começam a falar ao mesmo tempo:
– Onde?
– Lipo?
– Quem é o médico?
– Ai, eu não tenho coragem.
– Tenho coragem, não tenho dinheiro.
– Mas ela vai fazer no rosto? Precisava era na barriga.
– Como você ficou sabendo?
– Quanto vai custar?
– Tem UTI no hospital ou é em clínica?
– Ai, ela é doida!
– Ela devia aproveitar e pôs silicone nos seios.
E por aí vamos nós. Vaidosas, curiosas, animadas, com inveja…
Há dois grupos: quem já fez alguma cirurgia e quem nunca fez.
Eu fui promovida ao primeiro grupo. Promovida porque temos coragem, porque parecemos um pouquinho mais novas, porque nos sentimos o máximo, mesmo não sendo.
Somos, as dos dois grupos, vaidosas mesmo. Queremos ser sempre bonitas. É difícil ver as rugas, as gorduras localizadas. E, sabendo que existe um jeito de resolver o problema, ai, que vontade que dá.
Já comentei em outro post que entendi que a cirurgia plástica pode se tornar um vício. Com os seios no lugar, passei a fixar os olhos no abdômen, que não está à altura dos ditos. E, no rosto… Com as pálpebras no lugar, as bochechas parecem mais caídas. Sei que não caíram, eu é que olhava para as pálpebras, não para elas. E o pescoço… Bem, eu acho que vou mexer nessas coisas, sim. O abdômen eu posso tratar na academia, mas o rosto e o pescoço não dá.
E aí, vai acontecer:
– A Cláudia vai ser operada de novo?
– Vai fazer o quê?
– Ah, mas ela devia…
– Quem é o médico?
etc., etc., etc.
Tudo isso me veio à mente por causa da Débora, irmã da minha cunhada Renata. Uma amiga da Débora é esposa do médico que me operou, e que havia operado a Renata antes. Ele comentou com a esposa que eu tinha estado no consultório dele. Muito ético, não contou o que eu tinha ido fazer. A esposa ligou para Débora. As duas, mortas de curiosidade, foram perguntar para a Renata o que seria. Renata deu as informações, mas não sabia das pálpebras. Assim que soube, transmitiu as novas informações. Foi uma agitação engraçada, uma troca de notícias digna da CNN. Eu tive que rir! É assim que somos.
Acho que uma palavra nos resume: somos DIVERTIDAS!

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GARÇOM E SUCO DE MORANGO

Nossa família tem duas duplas de gêmeas idênticas. Flávia e Daniela, morenas, de cabelo preto e olhos castanhos, filhas desta que digita e do Sérgio. Júlia e Isabela, filhas do Henrique e da Renata, são bem branquinhas, ruivas, de olhos mais claros. Nasceram quando Flá e Dani tinham 9 anos.
Fomos passar férias em Florianópolis. Um hotel delicioso, pertinho da praia. O almoço era self-service, à beira da piscina.
Um dia, Flá e Zi chegaram primeiro para almoçar. Chamaram o garçom e pediram dois sucos de morango. Ele foi buscar, elas foram se servir. Bem nessa hora, Dani chegou com Zu. O garçom trouxe os sucos e entregou para as duas, que, chegando mortas de sede da praia, beberam tudo. Foram se servir. As outras duas voltaram, começaram a almoçar e chamaram o garçom:
– Nós pedimos suco de morango e você não trouxe!
– Trouxe, sim, vocês tomaram e eu levei os copos embora.
Trouxe, não trouxe, para encurtar o papo elas pediram outros dois sucos. O garçom trouxe, elas tomaram. Acabaram de almoçar e foram embora. Dani e Zu chegaram. Chamaram o garçom, pediram dois sucos de morango.
– Vocês querem mais suco?!
– É. Dois sucos de morango.
Ele olhou meio de lado. Que meninas que gostam de suco! De toda forma, foi buscar.
Elas tomaram tudo e foram embora. Até hoje o coitado não se recuperou. Meninas tão novas, já desmemoriadas, viciadas em suco de morango…
Eu espero que ele tenha tido oportunidade de ver as quatro juntas e que tenha entendido o que aconteceu naquele dia. Se não viu, nunca saberá…